quinta-feira, 25 de julho de 2013

De ato regresso, ímpeto e faminto


Foto por: Fabrício Pazelli.
















Vastas vozes amordaçadas pelo silêncio sussurrante
Em galhos, o impulso suicida-se por impávidos rostos.
A voz é calada numa emoção de desfrute e estuante
Dominada pela lágrima inerte que flutua de desgosto

Forjado pela beleza de sua ignorância sutil em agrura
De seu canto em espanto de mãos culpadas em sangue
O semblante se acalanta numa resposta sem estrutura
Enquanto esguicha o peito de uma dor que se expande

Sua carne vive em mim, como a pele que se regenera.
Seu corpo pede o meu sem respirar, já de saudade ele cede.
Enquanto o tempo castra por segundo a ânsia da regra
Caminha inerte um vago pensamento que logo se despede

Impulso vadio, neurótico e onusto de nostalgia asmática.
Deitado no claustro, açoitando as ocas lembranças.
De sabor, o desejo encobre a realidade emblemática.
Onde a verdade se esconde num vazio de esperanças.

Um ser pode ser como um ser que nasceu só pra viver.
Funções frívolas, fúteis, vãs... Existentes pra manipular.
A razão é única e não dá prazer a um ser sem querer
E no fim a existência explica o pretexto pra se respirar.

O sabor do ar está num sorriso inexplicável
Na resposta que não foi dita
Num abraço não dado, na dor de uma ferida.

A sequência da indagação é um soluço enforcado
Ter sentido é a sentença do fim sem alicerce
Continuar é o que nos resta a litigar calado
Mesmo que a essência seja a de viver por uma prece!


26/07/2013