quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Veredas empoeiradas do senhor das pedras

Foto por: Fabrício Pazelli.
















Que intrépida sabedoria de homens puros
Suas verdades são apenas utópicos acalantos
Nadando com patas por olhos imundos
Por entre navalhas e sangrentos planos

Meu azorrague é meu enfermo psicótico
E todas as dores do mundo gritam alto
Onde seu medo é açoitado pelo estereótipo
De uma face trêmula em um parto por assalto

O homem teme e treme no tormento do ar
Não existirá letal solução pra esta humanidade
Num sussurro intrépido a soluçar por engasgar
Enquanto lágrimas escorrem em busca da verdade

Imponha austeridade numa incerteza cruel
A saída deste labirinto é fugir da prisão
Mesmo que este mundo seja feito de papel
Suas mãos irão enforcar uma suposta razão

Obrigados a sorrir e chorar diante do espelho
E assim, nada foi reservado para você.
Moroso é descobrir que a sobra é o desespero
E assim, sem alternativas padecendo, você aloja em cada amanhecer...
...a angústia de não poder...

A debilidade de respirar não é eterna
Suas veias pulsam num ritmo insofrido
A verdade do almejar não é externa
Ela se aloja num autônomo esculpido.

19/12/2013


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Até onde? - Em vida proscrita!

Foto por: Fabrício Pazelli.



















Do que são feitos os sonhos?
De gestos e afetos num deserto,
Assim desfaleço-me em prantos
Sem resposta em caso incerto

Questiono, sobrevivo...
Porém, apático!
Abandono, incentivo...
Enfim, dramático!

Curvas intrépidas em famintos casulos
Nossa dor, castigo da vida... Interrogação!
Fétidas faces apagadas em submundos
Sina viva do pulmão do jardim em erupção

Respiro, em ato
Suspiro, afago
Desejo, tato
Anseio, um trago

Olhos fechados, mente vazia
Linda teoria repleta de amor
De dedos cortados, vil agonia
E assim falece o mundo em cor

Assopro,
Inovo...

Argumento,
Isento...

De mãos cortadas e bem construídas
Tal pele macia, reluz envolvente
Ofusca no escuro os saudosistas
Sobre negra luz da criança doente

Doer sem gritar,
Implodindo emoção...
Feito pra castigar,
A razão em erupção.

Moer...
Ossos já quebrados,
Porém atados, colados e emendados.

Sofrer...
De não ter esplendor,
Constante fulgor, errático sabor.

Até onde? - Em vida proscrita!
Sobre mim agoniza e vomita
Sua boca seduz com magia
Sátiros gestos de nostalgia

Até onde?

Empala meu corpo,
Envolve-me alma...
Degusta sem gosto,
Traduz-me farsa...

Em vida proscrita,
Irrita heresia.
Cega nascia,
Sem odor... Falecia...

25/10/2013

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Erros e enterros – O despertar do medo

Foto por: Autor Desconhecido.

























Ventre apodrecido e tomado por vermes
Por que razão intrépida doença me gerou?
Os seus erros foram seguidos de preces
Com a esperança que um dia me sufocou

Nascer para fazer sorrir um rosto alheio
Corpos cuspidos sem o direito de escolha
Cético maldito, lúdico partido ao meio.
Sua diversão despedaçou-me [...].
                                               ...Mesmo que assim me recolha...

Respirar e amar para no fim nada levar
Suar e tremer para de nada obter poder
Fui manipulado sem asas para confrontar
E com pele e ossos, viver para sobreviver.

Navalha que brilha e de longe me sorri
Acanhada suculenta a rosnar meu nome
Você há de me isentar do que eu não pedi
Até calada me acalenta e me consome [...].
                                               ...Mesmo que assim me abandone...

Sem luz, orações e nem palavras do senhor.
Glória viva, apodrecida de um frígido covil.
Em meus pulsos corre um sangue sem cor
Possuído pelo gosto azedo de um desejo vil

Cabisbaixo e em fracasso aceitei e caminhei
Porém focando um destino que me defenda
Com uma dose de vida o meu peito droguei
Assassinando místico instinto que atenta [...].
                                               ...Mesmo que assim me arrependa...

Ass: Fabrício Pazelli.
11/09/2013 

domingo, 1 de setembro de 2013

Mentes indecifráveis

Foto por: Fabrício Pazelli.


Pensar e no final não chegar a lugar algum
Esta será livre sina de mentes indecifráveis?
De frente, perante a frieza de um álbum.
Porque as reações não podem ser maleáveis?

Elas imperam em posturas inesperadas
As respostas jamais chegarão a ser saciadas
Enquanto o mundo se debulha em lágrimas
A espera de uma simples reação isolada

Nós tentamos, porém nada conquistamos.
Carregamos o poder do questionamento,
Enquanto houver alimento ao que acreditamos.
Escorados no topo da vida, pingando lamentos.

Quando será que estas mesmas cairão?
Suspiros intragáveis dominam novas mentes
Saboreando cada nova sina sem salvação
Dominados por fortes e fiéis forças ausentes

Porque tão difícil é?... Jamais decifrar.
Conviver é a pena a ser paga em juízo
Mesmo que as mentes comecem a esvaziar
A sabedoria é a alma do instinto

Velha base sem estrutura, cega e empoeirada.
Escute de longe o grito esganiçado do mudo
Sua conclusão continua intacta e calada
Como os olhos de um cego no escuro.

Difícil lidar,
Porém sobreviver
Com sorriso, amar.
Feliz amanhecer.

Mente imaculada
Sobrevoa no escuro
Mente apedrejada
Envolva-me no mundo.

Ass: Fabrício Pazelli.
01/09/2013 às 01h45min

quinta-feira, 25 de julho de 2013

De ato regresso, ímpeto e faminto


Foto por: Fabrício Pazelli.
















Vastas vozes amordaçadas pelo silêncio sussurrante
Em galhos, o impulso suicida-se por impávidos rostos.
A voz é calada numa emoção de desfrute e estuante
Dominada pela lágrima inerte que flutua de desgosto

Forjado pela beleza de sua ignorância sutil em agrura
De seu canto em espanto de mãos culpadas em sangue
O semblante se acalanta numa resposta sem estrutura
Enquanto esguicha o peito de uma dor que se expande

Sua carne vive em mim, como a pele que se regenera.
Seu corpo pede o meu sem respirar, já de saudade ele cede.
Enquanto o tempo castra por segundo a ânsia da regra
Caminha inerte um vago pensamento que logo se despede

Impulso vadio, neurótico e onusto de nostalgia asmática.
Deitado no claustro, açoitando as ocas lembranças.
De sabor, o desejo encobre a realidade emblemática.
Onde a verdade se esconde num vazio de esperanças.

Um ser pode ser como um ser que nasceu só pra viver.
Funções frívolas, fúteis, vãs... Existentes pra manipular.
A razão é única e não dá prazer a um ser sem querer
E no fim a existência explica o pretexto pra se respirar.

O sabor do ar está num sorriso inexplicável
Na resposta que não foi dita
Num abraço não dado, na dor de uma ferida.

A sequência da indagação é um soluço enforcado
Ter sentido é a sentença do fim sem alicerce
Continuar é o que nos resta a litigar calado
Mesmo que a essência seja a de viver por uma prece!


26/07/2013


quinta-feira, 27 de junho de 2013

Expressão em luxúria

Foto por: Artista desconhecido.











Ligo fama, escama em flácida podre lama.
Afogo utopias, desejos numa doce cama.
Ensurdeço num manso sussurro gritante
Entre seios, boca, saliva em frígida falante.

Sinto ação, movimento num ritmo intenso.
Vem com suor, em nó, assim dono do tempo.
Eu falecendo por sofrer em prazer devastador
Num simples beijo no ouvido sem pudor

Voando alto seduzido pelo corpo libertino
Ardia quase em febre o castigo enclausurado
Inalando prece em vão, decorrente do instinto.

Liberta e desperta sábia expressão de luxúria.
Expele animal a sua ira de tesão amargurado
A sua fome, humilhante, puro desejo em lamúria.


13/07/2012

terça-feira, 19 de março de 2013

Límpida poesia poética de um poeta poético (Ao infinito...).



Foto por: Fabrício Pazelli.











AO DIA DA POESIA (14/03)

Dias acalantado pelo afago fatigado de uma poesia
Onde as noites sustentavam-se como seu homizio
Tênues dedos flagelados, esmerados de pura nostalgia.
Palavras estas que engodou um sofrimento dúbio

Ela voa, ela plana, sussurra no ar sua arte faminta
Sua mácula num império saudosista a profana
Ela canta, ela dança, petrifica no ar o sabor da sina
Sua matéria aprisiona no drama em suor sua trama

Trêmula e trôpega, seu instinto é belicoso.
Víboras em rostos venustos anunciam seu poder
Assim cumpre-se uma tirania que exala no esporro
Aos ventos que emanam chamas no amanhecer

Grite feliz e loquaz poeta em sua caneta livre.
Liberte esta dor, este poema poético em tua poesia.
Rasgue sangue num papel que permanece calado
Faça-o chorar com verdades perante a demasia

Seja assim, seja em mim, em ti.
Me alimento da carne que range os dentes,
Da gordura que decepa meus desejos.

Seja fraco, forte ou pra si.
Me debruço em peito dilacerado divergente.
De atos que acerta meus anseios.

Límpida poesia poética de um poeta poético...
Te espero no infinito de braços abertos...
Límpida poesia poética de um poeta poético...
Te espero fleumático de olhar intrépido...


14/03/2013


quinta-feira, 7 de março de 2013

A ti mulher! Por toda eternidade...

Foto por: Autor desconhecido.

















Mulher,

Tu tens um encanto em canto, na beleza de uma flor.
Rendo-me ao teu arroubo em límpido e pandego olhar
Onde já incólume e afoito coração ao resplendor
Tua força ecoa entre à luz e a beleza de um pomar

Mulher,

Não refugie-se enclausurada em um mundo distante
Aqui depende em linha cortante de sua essência
Não imploda aquele poder que te faz tão grande
Este é teu reino, crias alimentadas na existência.

Mulher,

Porque tens que fazer lembrar-se de um dia teu?
Já não basta saber que teu poder possui magia?
Quem no pecado esqueceu que este dia nasceu?
A blasfêmia é fazer-se esquecer de apenas um dia?

Mulher,

Tua fortaleza não nasceu pra ser lembrada
Nasceu eterna pra jamais ser esquecida
Uma lembrança é o insulto à tua batalha
Que finca suor, conquistas e sangue nesta vida

Mulher,

Meu abraço ameno, apertado em teu seio calado.
Expulsa prantos fugaz, mas perene a meu amor.
Tu és a perfeição completa de meu peito alado
Onde o guia, mesmo taciturno se rende a teu calor.

Mulher,

Chega de balburdia com as palavras e explicações.
Serei sincero perante teus olhos.

Mulher,

Me desculpe se hoje me falha a consciência de que hoje é o seu dia...
De que hoje eu tenho que elogiá-la...
De que hoje não posso insultá-la...
Que hoje não posso discutir com vocês...
Me desculpe se apenas hoje tenho que tratá-la como verdadeira pérola...
Se apenas hoje tenho que coloca-la no altar...
Se apenas hoje és venerada...
Se apenas hoje lhe tenho amor, respeito e elogios...
Me desculpe se apenas hoje tenho que demonstrar todo meu amor por vocês...

Me desculpe se eu não me lembro...
Me desculpe se eu não ligo pra isso...

Mas, novamente me desculpe, pois MULHER, teu dia não existe...

Existe sim, um tesouro a ser amado, respeitado e exaltado dia após dia...
MULHER, não sei mentir e me convencer que tu tens apenas um dia no ano...

MULHER, tua alma alimenta nossa vida...
Dá uma razão para sorrirmos...
Nos mostra o quão não somos nada sem vocês...
Não adianta esconder, somos dependentes...

E, por isso, me desculpa se APENAS HOJE, não te parabenizei...

Talvez, por lembrar toda vez que abro os olhos, que NÃO sei viver sem vocês.


08/03/12 e 08/03/13

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Espinhos

Foto por: Fabrício Pazelli.
















O toque seduz seus anseios
Louca sensação de esporro
O suave aroma de seus seios
Emplaca sobre intensos gozos

Espinhos furam tua sensualidade
Machucam com furor tua inocência
Doce corte não será maldade
Num momento de pura essência

A falta machuca o desejo
Sussurrantes pela dor
Encontrados entre beijos
Onde sedeste por amor

Gritos esganiçados me deixam louco
Ela implora pelo fim e pelo instante
Teu suor corta meu corpo em fogo
Amando entre espinhos cortantes

Já no ato, entre fatos fuzilados
Tento fugir maldita proserpine
Rendo-me aos beijos e abraços
A este gosto em gozo sublime.


26/11/2010