sábado, 31 de outubro de 2015

A velha sapiência do erudito inepto

Foto por: Fabrício Pazelli.










O erro do lido é a ineficiência das carências internas
Sobre um manto álgido de falhas irreparáveis
E mesmo na quimera da vida bela sem pedras
A incorreção era ativa por vias assombráveis

A dor havia dissipado por um lado já rematado
Sobre o seco clamor do inepto inconsciente
E, as brechas que o peito mostrava rachado,
Britavam-se num descompasso prepotente

Até não haverá onde ninguém saberá decifrar
Aquela clave embutida no baú da sabedoria
Sendo assim o velho mártir da força sem ar
Onde tudo se foi com um tempo que sorria

Sabe? O que te invade?!
Verdade sem a crença da realidade.
Vê? O que tu vê?!
O escape da “doença amanhecer”.

Voa agora menino, sem o peso da aurora.
Expele dos poros sem sabor, e sem esbórnia,
O retrocesso de desejos que deixou na troca
Diante disso, a consciência mantém-se sóbria.

Não há vertigem que o poder não aspire
O próximo futuro é o júbilo da atual aflição
O inepto que pagou de erudito, agora existe.
Sem a mão da justiça, com a nova unção...
                        [Do peito que bate, sobre a nova gestação...].


Ass: Fabrício Pazelli.
30/08/2015

Doce sorriso inebriante

Foto por: Autor desconhecido.












Escorre solto, sem escopo.
Acorrenta lento, sem lamento.
Grita alto, sem o claustro.

Aquele tempo de desgosto,
Foi-se o tempo sem acalento.
E agora vibra após o salto.

Deslumbrante como o colo da penugem
Atrai aos prantos, o sorriso do compasso.
Formosa face que em seu leito surge
Reconstruindo o prazer pelo abraço.

Encanta e canta, com seu encanto doce.
És tão uva que até o silencio brilha
Que um afável cortejo de tu fosse
O maior sorriso que em rosto grita

O fulgor inebria...
Suas mãos acariciam.
No calor o corpo sabia...
Que de saudade pereciam.

... Não chora criança leve...
... Não sofra menina linda...
A lágrima, que seu rosto entregue.
E o sofrimento, que se afogue em sina.

Ass: Fabrício Pazelli.
15/04/2015



Obra encantadora de viril pujança

Foto por: Autor desconhecido













Envolve lampejo de palato efervescente
Aquele corpo que exala lascívia em pele
Sucumbe ao ignoto júbilo da serpente
Que em libido pateia o que expele

Estes olhos que me cegam com fulgor
A sua carne que carrega a coragem
A mesma face que ergue o destemor
Jamais irá ceder ao fim da viagem

... E aquele rosto inebriante
Que seduz minha fantasia
Aquele escopo cintilante
Que labuta na glande da magia...

A menina de olhos, no corpo da mulher.
Intrínseca vertigem de uma dama de vislumbre
Sua euforia é a carga da grandeza que vier
Em triunfo tórrido que o avanço escute

Abster é à base da covardia de se render
A sabedoria do crivo está no coração
Jamais fitarei uma simetria com o poder
Que a sua aura desperta com emoção

Ass: Fabrício Pazelli.
07/05/2015




Sob o crítico olhar da mazela vida

Foto por: Autor desconhecido.











O voraz berço vil que outrora martelou despido com a face
Desinibe folgaz peito sem ar, a moradia que a fez sorrir.
Sua eviterna dor faz alumbrar atritada prece sem disfarce
Com a sábia sorte reprimida que a abraçou e a fez ustir

A vida não ouvia e nem te dava o que seu coração pedia
Nenhuma verdade podia assim fazer presente n’alma
O copo que condessava sua esperança aos poucos sumia
E, sua expectativa esvanecia sem cor nem ponto de parada.

[...] Era sabido a dor abarcar.
[...] Estava escrito a amor não cessar.
O fim era o início do recomeço...
As verdades sobre os desejos.

Nasceu... Matou... Sofreu!
Ardeu... Enforcou... Morreu!

Renasceu... Honrou... Viveu!
Acendeu... Lutou... Reviveu!

A sabedoria da verdadeira ciência está no foco da força
Sua mente não vai se avergar sobre a certeza da derrota
A póstera lágrima escorrerá pelo seu rosto por escolha
Onde jamais outro pesar irá desviar-te da sua rota.

...A devoção pela conquista é o espelho da alma de cada um...
[...] Mazela vida, incontestável glória!

Ass: Fabrício Pazelli.
23/03/2014


Chinelos esquecidos

Foto por: Autor desconhecido.













Inerte sobre o chão deleita sem mover
Os dedos sujos e empoeirados deixam marcas
A única essência de seu flagelado poder
Que regressa dia a dia num canto sem palmas

Saia deste tempo
Acasala com os pés 
Não esquece vil lamento
Que não perece do que és

Num canto é deixado
Pelo desafeto do esquecimento 
Exaltado num asfalto
Pela fé de um cético momento

Os fabulosos pés estão descalços 
O que a vida reservou? 
A resposta de outrora famígera o acaso
Num ímpio desejo que a levou.

Frio à mover-se com a sola mórbida que a guia
Do que serás feito o teu desejo que se cala?
Ele vive ali parado, sem servir, só sucumbia. 
E assim, o que me eleva, corta a fala.

Ass: Fabrício Pazelli. 
15/03/2015


De volta ao letargo devaneio jucundo

Foto por: Fabrício Pazelli.










Aquela lascívia que ardia no canto escuro da sala
Entorpecida pela tornada da libido sopitada
Ressurgiu com o bramido esganiçado da caça
Numa ode sem baliza ao regalo que não cala

Nada poderia enfraquecer a ventura de sumir
O desejo de se entregar ao alcantil do júbilo
A euforia infame de reavivar tórrido elixir
De sucumbir com a tenra face num púlpito

Os olhos não viam
A boca não falava
Os ouvidos não ouviam...
                                    [... Por dentro sucumbia!].

Escondidos ali faziam
Pelo demérito da repulsa
Sem cor ali morriam...
                                    [... O mundo esquecia!].

Curto deleite de corpos desfolhados sem odor
Enfim, a profecia se cumpria como no prelúdio.
O epílogo pode se fazer presente sem sabor,
Mas o memento viverá mesmo com o tripudio

O pesar era maior que a ofegante respiração
Sem ar o mundo já frio e inerte parava de rodar
Perenizavam-se as almas latejantes na ímpia unção
Imortalizando o loquaz amor que não pode falar.

Ass: Fabrício Pazelli
24/02/2015 às 04:07

domingo, 1 de fevereiro de 2015

A esfinge da lembrança incolor

Foto por: Fabrício Pazelli.










Abro com meus questionamentos...
Até onde a luz alcança?
Não escute meus lamentos
Vai que sua mente descansa?

Não confie no poder dos olhos
Desacredite da veracidade da dor
A frase ecoa sem paz nos ossos
Que a lágrima sucumbe ao sabor

Que sina essa que não deixa respirar,
E meu peito range com a brasa?
Em seus olhos há o desejo de sangrar
A uma face que grita sem graça

Há uma força que oprime a lógica
Uma pergunta que exala esperança
Não há poder na ímpia história
Apenas o dever de ouvir quem manda

Minto sem pensar
Finjo mal pra mim
Eu queria não tragar
O odor que há em ti

Lonjura fria de esmero
Sabedoria de ferro
Postura vil sem feto
Por um aborto incerto

A sua boca pede carne
A sua face pede corpo
As suas mãos pedem frases
Estas nuas de escopo

Suar... Sabor...
Amar... Dor...

Finalizo sem resposta e sem ação
Haverá uma guerra sem líbito
Em mim brada a foice da razão
Decepada com a força do exílio

Ass: Fabrício Pazelli.
01/02/2015

Gatázio cortante de ternas mãos

Foto por: Autor Desconhecido. 


Frias exatas que oprime a precisão do ato
Intrépidas vendas poeirentas em corpo límpido
A carne pulsa em mecanismo de assalto
Que a renúncia peia num manto frígido

Caminho sob as cores de uma mente fértil
Enquanto o anseio avulta o desejo do trago
Sempre haverá uma apetência do lado erétil
Sobre a doce matéria da caligem do afago

Inconteste edaz ser que sucumbe à frase
Austero abjeto esgar ao esmo da vida
Nos planos insanos da aprazível face
Enquanto pele macia em rosto pálido fascina.

Pede forte sem pensar
Um pedido feito o meu
Já nascido de um acaso
Que esvaiu-se com o seu

Doces dedos entre anseios
De um intervalo que maltrata

Esganice entre os seios
Aquela boca que não fala.

Imácula entorpecente da catarse do sábio
Deixa coração pulsar na ponta dos dedos
Engole e molha com saliva o hirto falo
Que afronta sem medo os vis anseios.


Ass: Fabrício Pazelli.
29/01/2015

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A ausência infame da prece pecadora



Foto por: Fabrício Pazelli.















Esvai-se no ar como castas poeiras de açoites noturnos
Permeia no presente o odor atroante do passado
Nada sobra dos olhos embeiçados com sussurros
E hoje caminha lento o tempo que antes corria descalço

Conto viver em sonho numa bolha de utopia verídica
Sua perenidade escassa, ruina-se com o fim da noite.
A concupiscência de uma carne podre, porém lúdica.
A despeito de uma tortura privação do gozo da foice

Os olhos esgazeados da continência viril e infante
Habitava a criança no fundo de uma sólida dama
Uma hostil crítica afastava a face da bela e estafante
Induzida ilação de um prévio conceito com drama

Despeço-me com o banzar de minhas secas lágrimas
Com a certeza que vivida flama foi de ode folgaz
Ao eviterno átimo em chamas livre da anátema
Que sobrevivo à transgressão de um coito sagaz.

Ass: Fabrício Pazelli.

13/01/2015