sábado, 31 de outubro de 2015

Chinelos esquecidos

Foto por: Autor desconhecido.













Inerte sobre o chão deleita sem mover
Os dedos sujos e empoeirados deixam marcas
A única essência de seu flagelado poder
Que regressa dia a dia num canto sem palmas

Saia deste tempo
Acasala com os pés 
Não esquece vil lamento
Que não perece do que és

Num canto é deixado
Pelo desafeto do esquecimento 
Exaltado num asfalto
Pela fé de um cético momento

Os fabulosos pés estão descalços 
O que a vida reservou? 
A resposta de outrora famígera o acaso
Num ímpio desejo que a levou.

Frio à mover-se com a sola mórbida que a guia
Do que serás feito o teu desejo que se cala?
Ele vive ali parado, sem servir, só sucumbia. 
E assim, o que me eleva, corta a fala.

Ass: Fabrício Pazelli. 
15/03/2015


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