terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A ausência infame da prece pecadora



Foto por: Fabrício Pazelli.















Esvai-se no ar como castas poeiras de açoites noturnos
Permeia no presente o odor atroante do passado
Nada sobra dos olhos embeiçados com sussurros
E hoje caminha lento o tempo que antes corria descalço

Conto viver em sonho numa bolha de utopia verídica
Sua perenidade escassa, ruina-se com o fim da noite.
A concupiscência de uma carne podre, porém lúdica.
A despeito de uma tortura privação do gozo da foice

Os olhos esgazeados da continência viril e infante
Habitava a criança no fundo de uma sólida dama
Uma hostil crítica afastava a face da bela e estafante
Induzida ilação de um prévio conceito com drama

Despeço-me com o banzar de minhas secas lágrimas
Com a certeza que vivida flama foi de ode folgaz
Ao eviterno átimo em chamas livre da anátema
Que sobrevivo à transgressão de um coito sagaz.

Ass: Fabrício Pazelli.

13/01/2015