sábado, 31 de outubro de 2015

De volta ao letargo devaneio jucundo

Foto por: Fabrício Pazelli.










Aquela lascívia que ardia no canto escuro da sala
Entorpecida pela tornada da libido sopitada
Ressurgiu com o bramido esganiçado da caça
Numa ode sem baliza ao regalo que não cala

Nada poderia enfraquecer a ventura de sumir
O desejo de se entregar ao alcantil do júbilo
A euforia infame de reavivar tórrido elixir
De sucumbir com a tenra face num púlpito

Os olhos não viam
A boca não falava
Os ouvidos não ouviam...
                                    [... Por dentro sucumbia!].

Escondidos ali faziam
Pelo demérito da repulsa
Sem cor ali morriam...
                                    [... O mundo esquecia!].

Curto deleite de corpos desfolhados sem odor
Enfim, a profecia se cumpria como no prelúdio.
O epílogo pode se fazer presente sem sabor,
Mas o memento viverá mesmo com o tripudio

O pesar era maior que a ofegante respiração
Sem ar o mundo já frio e inerte parava de rodar
Perenizavam-se as almas latejantes na ímpia unção
Imortalizando o loquaz amor que não pode falar.

Ass: Fabrício Pazelli
24/02/2015 às 04:07

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