Amedrontada pela máscara suja
Infame predador de sina difamada
Cospe gestos nus e vergonhosos
Olhos nada podem ver
Escondo-me na vasta multidão
Devoro-me nas verdades do mundo
Desfaleço-me em frígida emoção
Apodrecendo num real sono profundo
Olhos nada vêem
Enfraquecer na persistência
Esmorecido de desgosto
Entibecido pela existência
Amordaçado pelo esforço
Olhos da ironia da felicidade
Hoje choro e manipulo-me
Acordo vivo e desmorono-me
Escuto verdades e descubro-me
A resposta é cruel e rejeito-me
Olhos nunca avistam
O que vê não vês.
O que ouve, não ouves.
O que sente, não sentes.
O que toca, não é tocado.
Olhos mortos, visão limitada.
Uma mudança - viver
Uma mentira - sorrir
Uma verdade - morrer
Uma saída - mentir
Olhos pensam que vêem
No fracasso de estar feliz
O espelho imagina verdades
A busca me faz aprendiz
De algo sorteado por fatalidades
Olhos não guiam
Diante da dor de pensar em existência
Fecho meus olhos num ato de sanidade
Rendo-me ao libertino prazer da essência
Numa cela onde escondem as verdades.
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