quarta-feira, 4 de abril de 2012

Tentativas

Se eu tentasse por ventura entender?
Se eu tentasse por desejo descobrir?
Se eu tentasse por tentar?
Tantas tentativas seriam em vão.

No escuro, nu e despido pelo medo.
Escuto uma voz a me chamar
Dizendo-me coisas sobre o tempo
Aquele que despedacei...

Onde tentei fazer meu corpo andar
Descobri que o mundo acabava de cair
Que o chão não era mais o mesmo
E que não bastava apenas respirar

Hoje sei que não posso caminhar
Posso chutar tudo e cuspir em cima
Será essa toda conclusão?
Talvez seja, mas tenho ódio!

Onde estarão todos?
Será que presos numa banheira?
Será que soltos pelos pensamentos?
Ou será que estão fazendo sexo?

O mundo acaba de se transformar numa orgia
Os prazeres são postos à mesa
E os fabulosos pés estão descalços
Sujos e empoeirados!

Venho através dessas vis frases
Vomitar meus desejos de tentativas
Amordaçar minha loucura
Definhar meus dedos apodrecidos

Tentativas fracassadas em vão
Tentativas mortas no início
Isoladas do tempo e da verdade
Maltratadas pelo arco da justiça

Se eu tentasse por fraqueza outra vez?
Se eu tentasse por fé desta vez?
Seria um ignorante?
Será? Será ignorância?

Não sei de regra alguma
Só queria estar só
Só queria conquistar meu poder
Com ou sem você!

Não sei se estarei sempre aqui
Mas tenho certeza que nunca morrerei
Estarei sempre vivo
Numa sombra ou numa vala

Ontem tentei amar
Ontem já não existe mais
Ontem ficou no ontem
E hoje já sou como hoje

Amanhã serei grande
Tão grande quanto o grande
Tão sábio quanto o sábio
Tão forte quanto o forte

Talvez eu tenha uma boa noite de sono
Talvez todos venham me saudar
E esse talvez possa me ajudar
Ajudar-me a ser grande como o mar

Talvez eu possa descobrir
Descobrir que a vida é uma esfera
Uma esfera para um dia explodir
E mundo dar valor a terra

O prisioneiro só aprende errando
Encarcerado numa cela
A vida ensina no erro
Da utopia de que a vida é bela


Tentativas nuas sem destino
Sem ter pra onde ir
Nem saber onde dará
O mundo me espia sem me acariciar
Vê meu corpo se despir
Minha alma se esvair
Meus desejos flagelarem
E minhas mãos matarem
Assim se constrói uma grande família
Um grande castelo de loucuras
Onde o mundo presa pelo amor
Onde o viking luta pelo povo.
E o mendigo presa pelo prato de comida
E é claro pela pedra em seu pulmão

Não haverá perdão pelo erro
O perdão não apaga o passado
Você sempre saberá do erro
Carregará esse peso como um fardo

Calculista maldito e desprezível
Tu és o futuro da nação
Assassino frio e psicopata
Tu construirás nosso mundo justo

Assim termino minhas vis frases
Meus ignorantes anseios
E minhas falhas tentativas de ontem e hoje
Mas o amanhã será longo...
Não preciso de perdão,
Eu pago pelo erro e me ergo com o erro!


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